DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA

Molusco contagioso

Doença viral caracterizada pelo aparecimento de pequenas pápulas umbilicadas pelo corpo, lembrando “bolinhas” da cor da pele. É muito comum em crianças pelo fato do sistema imunológico ainda não estar completamente desenvolvido.

Esse tipo de infecção de pele é benigno e autolimitado, mas pode durar de semanas a anos, a depender do sistema imunológico do paciente. A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em conta o número de lesões, a localização, a idade e aceitação de cada criança.

Estrófulo

Trata-se de uma reação alérgica exagerada do organismo em resposta a picada de insetos. Ocorre mais frequentemente em crianças de perfil alérgico, portadoras de asma, rinite ou dermatite atópica.

O tratamento consiste no uso de medicação antialérgica por via oral, cremes para alívio do prurido e antibióticos quando há infecção secundária. A prevenção é ainda mais importante, através do uso de repelentes, cortinados, telas nas janelas e roupas.

Dermatite das fraldas

Alguns pais podem se deparar com uma intensa assadura na região íntima do bebê durante a troca das fraldas, deixando a pele bastante vermelha e descamativa.

O que acontece é o seguinte: o uso da fralda ocasiona aumento da temperatura e umidade local, tornando a pele mais suscetível à irritação pelo contato prolongado com fezes e urina. Pode haver infecção secundária por fungos e bactérias do trato intestinal. O uso de lenços umedecidos, talcos, pomadas irritantes e sabões em excesso também favorecem o quadro. O dermatologista irá tratar a dermatite das fraldas, investigar condições associadas e afastar outras doenças que também acometem essa região.

Dermatite seborreica

A dermatite seborreica do lactente acontece por um por estímulo das glândulas sebáceas do bebê pelos hormônios maternos ainda durante a gravidez. A doença caracteriza-se pelo aparecimento de escamas amareladas e aderentes no couro cabeludo da criança (“crosta láctea”) e, menos frequentemente, nas sobrancelhas e cílios.

Nos quadros iniciais, o que chama a atenção da mãe é a presença de “caspas” resistentes à lavagem dos cabelos durante o banho. Em caso de persistência da crosta láctea, aparecimento de vermelhidão e descamação na pele do bebê, prurido ou desconforto, o dermatologista deverá ser consultado. 

Miliária

Brotoeja é o nome popular da miliária, uma afecção benigna da pele causada pela obstrução dos ductos excretores das glândulas sudoríparas, o que impede a saída do suor. Além da retenção sudoral, outros fatores influenciam a ocorrência desse tipo de erupção de pele: ambientes quentes, umidade, febre alta, uso excessivo de roupas ou cobertores.

A melhor forma de prevenir e tratar a miliária consiste em frequentar ambientes arejados e usar roupas leves de algodão.  Apesar da miliária ser totalmente benigna, em caso de sinais de inflamação ou infecção secundária da pele, coceira excessiva, desconforto ou febre, deverá ser agendada uma consulta com o dermatologista

Dermatite atópica

A dermatite atópica é uma doença genética crônica, com forte influência de fatores imunológicos e ambientais. Há uma alteração na barreira cutânea, com maior tendência ao ressecamento da pele, dermatite nas dobras e coceira. Além disso, há associação com outros quadros de atopia, como asma brônquica e rinite alérgica.

O tratamento varia de acordo com a faixa etária da criança e extensão das lesões de pele, mas em todo caso é fundamental reduzir a quantidade e duração dos banhos, usar pouco sabonete e aplicar hidratante voltado para a pele atópica. 

Acne neonatal

Pode estar presente ao nascimento ou surgir nas primeiras semanas de vida do recém-nascido. Durante a gravidez, os hormônios maternos estimulam as glândulas sebáceas do bebê e favorecem o aparecimento desse tipo de erupção de pele.

É importante que a mãe não se assuste ao perceber acne no bebê, pois as lesões tendem a desaparecer espontaneamente, sem a formação de cicatriz, dentro de poucos meses. Nos quadros moderados, graves e persistentes é importante procurar o médico dermatologista para uma avaliação cuidadosa e prescrição de tratamento específico para essa faixa etária.

Verrugas virais

É muito comum o aparecimento de verrugas na infância pelo contato com pessoas infectadas ou objetos contaminados. Essas lesões costumam aparecer principalmente nas extremidades das crianças, em virtude das atividades recreativas que envolve as mãos. Já a verruga que acomete o pé (“olho-de-peixe”) ocorre com mais facilidade em quem anda descalço em ambientes públicos. 

O diagnóstico é baseado no exame clínico feito pelo dermatologista. Existem várias formas de tratar as verrugas, sendo as mais comum a aplicação de ácidos no consultório e a remoção através de eletrocoagulação.

Impetigo

O impetigo é uma infecção bacteriana superficial de pele muito comum, altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças entre 2 e 6 anos de idade. Surgem feridinhas cobertas por crostas amareladas principalmente no rosto da criança. Os cuidados com a higiene da criança e com a área infectada, juntamente com o tratamento antibiótico prescrito pelo dermatologista, aceleram a cicatrização e são fundamentais para reduzir o contágio e possíveis recidiva da doença.

Queda de cabelo

O tipo mais comum de queda de cabelo na infância é o chamado eflúvio telógeno, uma queda de cabelo temporária que acontece após quadros infecciosas virais ou bacterianos, cirurgias, uso de medicamentos, dentre outros. Outros quadros frequentes são a alopecia areata, com mecanismo autoimune, e a tricotilomania, quando a criança tem o hábito de puxar o próprio cabelo. Na infância, é importante também excluir algumas doenças genéticas da haste capilar que podem causar uma fragilidade capilar com queda de cabelo.